quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dia 10: Escalona - Aurin

A primeira parte do dia é feita a subir o canyon de Anisclo, numa estrada escavada na rocha por prisioneiros da guerra civil espanhola. O canyon é de uma beleza rara e um espetáculo natural para quem o atravessa ao longo do rio, que ao longo de milhares de anos, sulcou vales profundos onde o sol quase não chega a entrar. O que torna o canyon ainda mais impressionante é o facto deste não ser árido, mas sim habitado por um grande ecosistema de flora e fauna.

Paragem para almoçar num restaurante na localidade onde pelo plano inicial deveríamos ficar a dormir, mas como dicidimos fazer 3 etapas em 2 dias, comemos e lá voltamos a montar nas bicicletas para mais uma sessão de 7 ou 8 horas de pedal.

A tarde foi longa com uma subida acima dos 1800 metros, por um caminho florestal com piso bastante irregular e sem grandes pontos de interesse. Esta subida foi massacrante quer fisicamente quer psicológicamente, porque são demasiadas horas a pedalar com o corpo dorido dos dias anteriores. Enquanto subia só me lembrava do homem no restaurante a dizer "Para Senegue podem ir pela estrada que é uma subida de 12 km e depois é sempre a descer...". Enfim podíamos ter optado pelo alcatrão, mas não era a mesma coisa, nem foi essa a razão da nossa vinda aos Pirinéus.

Após cerca de 6 horas com o calor a apertar e já a racionar a água, entrámos num planalto verdejante onde encontrámos dois pastores que amavelmente nos ofereceram água. Em conversa com os pastores ficámos a saber que "só" faltava fazer um pequeno cume há nossa direita, quando olhámos com atenção verificámos que era uma serra de Sintra com rampas Pirinaicas a subirem abruptamente caminho ao topo.

Depois de atingido o cume houve uma descida longa e dura, cheia de lama sulcada pela passagem de carros e vacas, que teve de ser feita a pé em algumas partes.

Terminámos em Aurin com o tempo de 10 horas e 48 minutos, na terra que acolhe a famosa prova quebrahossos.

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